quinta-feira, 21 de maio de 2009

MUTIMODALIDADE

"HIDROVIAS"

'É preciso valorizar o conceito de multimodalidade no País', disse o engenheiro Antônio Brito Fialho, diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), durante apresentação sobre 'A logística hidroviária: planejamento público e investimentos previstos', na reunião do Conselho de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp, na sede da federação.

O equilíbrio do sistema aquaviário passa pelo planejamento e por políticas públicas eficientes, além da interligação com outros sistemas modais. As hidrovias, no Brasil, representam 7% do sistema de transporte contra 60% do rodoviário. Nos Estados Unidos, há uma inversão: 16% do transporte por rodovias e 61% por rios, especialmente em função do complexo Mississipi.

Os números têm reflexo direto na competitividade, informou Fialho. O deslocamento longínquo de áreas produtoras requer boa logística, caso contrário, haverá um peso a mais no bolso do produtor, que tem preocupações de sobra com tributos, taxa de câmbio, barreiras comerciais e protecionistas emperrando o agronegócio.

'A solução é equilibrar a matriz, promovendo investimento em infraestrutura', avaliou o diretor da Antaq. Há potencial: são mais de 27 mil quilômetros de vias navegáveis no País, com maior representatividade dos sistemas Amazônia e do Tietê. E o cenário é otimista: o sistema hidroviário deve representar 20% do transporte, em 2025, prevê Fialho.

Muito a se fazer

O Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) projeta mais de R$ 172 milhões de investimentos até 2023, cabendo às hidrovias apenas 7,4% - um dos menores orçamentos, só perdendo para o aeroportuário com 5,6% - contra 43% do previsto para as rodovias.

Na Europa, há um avanço e já se entende o sistema hidroviário como mitigação ambiental. Em Paris, por exemplo, a construção civil se vale dos rios: as concreteiras estão instaladas às suas margens.

Antônio Brito Fialho ressaltou que investimentos no sistema hidroviário diminuem os custos ambientais. Enquanto um frete rodoviário custa em torno de R$ 120, o ferroviário, R$ 80, e o hidroviário, R$ 40, por tonelada/1.000 km.

O custo socioambiental também se reduz: US$ 3,20 no sistema rodoviário e US$ 0,20 no hidroviário, diferença significativa.

Fialho citou diversas vantagens do sistema hidroviário:

Redução do número de acidentes e de congestionamento;

Diminuição de emissão de gases tóxicos, do consumo de água e também de combustível;

Maior eficiência energética;

Vida útil prolongada de infraestrutura, equipamentos e veículos;

Maior controle fiscal.

Entre as propostas apresentadas, o apoio político às iniciativas governamentais para aporte de recursos ao setor hidroviário por meio de dotação orçamentária e específica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Especificamente para São Paulo, a eficiência passa pelo porto de Santos, a integração do Rio Tietê e a interligação com o porto de São Sebastião.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) foi criada pela lei nº 10.233/2001. É uma autarquia especializada, vinculada ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de Portos, com função reguladora e fiscalizadora das atividades portuárias e de transporte aquaviário, tendo participação em todos os comitês de bacia.

Fonte: FIESP

Um comentário:

  1. Este é o artigo que retrata muito bem, o desquilíbrio nos investimentos em ifra-estrutura de transportes do Brasil. E reflete uma característica dominante nos gabinetes do Planalto Central, mas o retrato deste equívoco histórico estamos vivenciando a cada dia em nossa região, sim pois, enquando assistimos calados ao aprofundamento deste fosso entre o modal rodoviáro e os demais em investimentos. Percebam LOGISTICOS, que nossa região fica a cada dia mais destruída e para trás. Porque não é apenas o fato de o setor rodoviário receber maiores investimentos, mas sim o pior dos fatos! A região Amazonica, continuará recebendo menos investimentos em transportes e logística, causando assim maior atraso para o desenvolvimento da nossa região.

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